João Cabral de Melo Neto







João Cabral de Melo Neto (9 de janeiro de 1920, Recife – 9 de outubro de 1999, Rio de Janeiro) foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil.

Irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo e primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre, João Cabral foi amigo do pintor Juan Miró e do poeta Joan Brossa. Membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Letras, foi agraciado com vários prêmios literários. Quando morreu, em 1999, especulava-se que era um forte candidato ao Prêmio Nobel de Literatura.

Sobre sua obra

Quando o leitor é confrontado com a poesia de Cabral percebe-se, a princípio, de um certo número de algumas dualidades antitéticas, por vezes obsessivas. Entre espaço e tempo, entre o dentro e o fora, entre o maciço e o não-maciço... Entre o masculino e o feminino, entre o Noroeste desértico e a Andaluzia fértil, ou entre a Caatinga desértica e o úmido Pernambuco. É uma poesia que causa algum estranhamento porque não é emotiva, mas sim cerebral. Melo Neto não recorre ao pathos ("paixão") para criar uma atmosfera poética, mas a uma construção elaborada e pensada da linguagem e do dizer da sua poesia.

Algumas palavras são usadas sistematicamente na poesia deste autor: cana, pedra, osso, esqueleto, dente, gume, navalha, faca, foice, lâmina, cortar, esfolado, baía, relógio, seco, mineral, deserto, asséptico, vazio, fome.

Curiosidades

* Estranhamente, João Cabral escreveu um poema sobre a Aspirina, que tomava regularmente, chamando-a de "Sol", de "Luz"… De fato, desde sua juventude João Cabral tomava de três a dez aspirinas por dia. Em entrevista à "TV Cultura", certa vez, ele contava que boa parte da inspiração (inspiração sempre cerebral) provinha da aspirina, que a aspirina o salvava da nulidade!
* João Cabral de Melo Neto não compareceu a nenhuma reunião da Academia Pernambucana de Letras como acadêmico, nem mesmo a sua posse.

Obra

* Pedra do Sono (1942)
* Os Três Mal-Amados (1943)
* O Engenheiro (1945)
* Psicologia da Composição com a Fábula de Anfion e Antiode (1947)
* O Cão sem Plumas (1950)
* O Rio ou Relação da Viagem que Faz o Capibaribe de Sua Nascente à Cidade do Recife (1954)
* Dois Parlamentos (1960)
* Quaderna (1960)
* A Educação pela Pedra (1966)
* Morte e Vida Severina (1966)
* Museu de Tudo (1975)
* A Escola das Facas (1980)
* Auto do Frade (1984)
* Agrestes (1985)
* Crime na Calle Relator (1987)
* Primeiros Poemas (1990)
* Sevilha Andando (1990)

1 comentários:

Unknown disse...

Poxa eu queria algo mais sobre ele ! Pois tenho que fazer um trabalho sobre ele e para um grupo tem pouca coisa .

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