Mateus e Katilinda



Mateus e Katilinda

Originários dos espetáculos de bumba-meu-boi, Catirina e Mateus conseguiram fama própria. Representam

Dupla usa a tradição como referência, mas procura deixar marca própria. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Pernambuco e a cultura popular, o teatro e a comicidade do nosso povo. É bem verdade que muitos atores já fizeram os papéis de Mateus e Catirina, mas poucas duplas conseguiram incorporar tão bem os personagens quanto o Mateus e a Katilinda interpretados pela dupla de atores "anonimos", que prefere não se identificar, para que o encanto não se desfaça de jeito nenhum. "Quando não estamos representando, ninguém consegue imaginar que somos nós", diz a Katilinda.

Pelo público, tudo bem. Afinal, a fantasia criada pela dupla e suas histórias de amor e traição são muito mais engraçadas do que a vida real. E esse nem foi o primeiro Mateus que passou pela vida de Katilinda. "A gente se conheceu em 2004 e eu achei que ele seria o Mateus perfeito para mim". A Katilinda já existia há mais tempo. "Conheci a Catirina através do Grêmio Pernambucanidade Viva. Dava aulas de dança e teatro, mas nunca consegui ser a Catirina lá. Foi quando uma rede de supermercados me chamou para fazer um trabalho. Eu disse a eles que tinha o personagem ideal", conta "a esposa" de Mateus.

Até então, ainda era Catirina. "Aí encontrei uma professora no supermercado e ela me disse que eu não era uma Catirina autêntica. Não usava vestido de chita e sandália rasteira", relembra. De fato, Katilinda é muito mais pop. De bota preta, salto alto, meia arrastão vermelha, vestido de brilho e babados bufantes, ela chama atenção por onde passa. "Todos olham pra gente, querem falar, tirar foto". Bem diferente da Catirina dos grupos tradicionais que usa, inclusive, carvão para pintar o rosto.

"Usamos a tradição como referência, mas tentamos inovar de alguma forma e deixar nossa marca como atores", diz Mateus - que nasceu no município de Escada, no Engenho Mupã e, aos 14 anos, veio para o Recife estudar. Já Katilinda é carioca e chegou ao estado quando tinha seis anos. Com dez anos de carreira,a dupla comemora as andanças que já fez por vários estados em feiras, exposições, palestras de empresas.

O improviso é um traço marcante da atuação da dupla, que faz teatro de rua, canta e dança, inventa brincadeiras na hora, tirando risadas do público. Independente da época do ano, ou do ciclo - seja natalino, carnavalesco ou junino - eles estão fazendo apresentações. Neste carnaval, Mateus e Katilinda desfilam no Galo da Madrugada, homenageando Enéas Freire, criador do maior bloco do mundo; e participam do Pólo Infantil, na Praça do Arsenal, todos os dias de festa de momo, das 14h às 18h. A dupla vai ainda a um tradicional baile de máscaras na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Os novos projetos já estão no forno. Este ano, pertinho do São João, eles querem lançar o cd Mateus e Katilinda e banda Bumba Meu Forró, mas o grande sonho mesmo é ter um programa de televisão. "Mostrar a cultura popular e o nosso amor por Pernambuco para mais pessoas. Seria perfeito", idealiza Katilinda.


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