O ritmo da água





No interior, em feliz morada
cantam pequenos pássaros no verão
Não pedem, atenção, mas escuto os lamentos
o ritmo ardente da água cristalina
envolve o seu respiro, o rosto de menina.
Cantem vocês, Caá-mata, Porá-morador,
Caí-queimado e Pyr-corpo tostado
homem do mato, direção interior
pequeno indígena, fumando doido
cabeleira hirta, cavalgando caititu
e o segue o cachorro papa-mel, pé moreno
rosto redondo, livre,
agitando um ramo de japecanga,
pé de garra, pé só, torto, enraivecido.
Hoje tudo toma uma nova forma
silêncios inadvertidos, sonolentos
estás aqui, mais uma vez, e não è norma
suas asas a bulir e sem intentos
pássaros percorrem em distância viagens
países, e o seu voar volteia áspero
pousou e fez seus ninhos, nas passagens
atravessa terras, sem árvores, austero.

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