Amazonas




Amável e revolto,
Em ti um dia depositei meus olhos de maresia
No teu leito descansei meu olhar de lua,
Meu pranto, meu pratear...

Ama_Zonas,
Sonhei-te,
E acordei alagada em densos e turvos desalinhos,
Qual és tu, qual tu és...

Desafiaste meu olhar vazio, e a mim propuseste poesia,
Amazonas dos meus dias,
Rio da minha inteira alegria,
Das rimas saudosas, de toda magia...


Ah, meu Amazonas, se tu falasses,
E comigo conversasses,
Infinitas seriam as letras que trocaríamos,
Tu me dirias do teu agonizar,
E eu te diria do meu tanto amar...

Mas tu sabes,
Na tua margem vivenciei plenitude,
Sabes que vi tua lua se por e teu Sol despontar...
Sabes quantos sonhos aportei calada em ti
E tantos mais a aportar...
Tantos mais...

Pude contemplar-te dia após dia,
Tardes ventiladas, manhãs ensolaradas
Noites ruidosas de luares,
E no teu Trapiche, teu S. José das águas
Vive um pouco de mim...

Ah meu amado Rio,
Vim embora, e não pude te carregar,
És tão caudaloso
De tantos braços, afluentes,
Como ia te levar?

Então te guardo nas fotografias, em muito especial no olhar,
No cristalino dos olhos
Que de saudades tem quase a tua cor
E não sei como te aninhei ainda que gigante
No meu insipiente coração,
Confesso: É meu, teu Equador.

Se alguém me perguntar desse Extremo Norte
O que vai me emocionar,
Digo, sem nem pestanejar
És tu meu Rio Amazonas
Que a minha alma faz calar.
Dos meus olhos um constante marejar.

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